Segundo o site Sua Pesquisa, existem duas versões para explicar o nome "junina": os festejos acontecem quase sempre no mês de junho e são, muitas vezes, em homenagem a São João Batista, por conta de sua origem ser localizada em países católicos da Europa que, inclusive, influenciaram a vinda das tradições juninas ao Brasil, principalmente no Nordeste que tem, como motivo "original" de agradecimento e de festa, as raras chuvas que acontecem na região.
"De acordo com historiadores, esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial (época em que o Brasil foi colonizado e governado por Portugal).
Nesta época, havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Da França veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha."
Quando se olha este contexto histórico e o compara com os dias atuais, com as festas juninas deste início do século XXI, faz-se uma pergunta importante: até que ponto a influência da Indústria Cultural e de uma maior repercussão midiática destas festas pode disseminar as tradições ou prejudicá-las, levando-as ao deboche e ao esquecimento? Antes de tentar discutir esta questão, é necessário entender que, sim, houve mudanças na forma de comemorar esta época do ano, devido a vários fatores, como mostra Oswaldo Meira Trigueiro no artigo Apropriações do folclore pelos meios de comunicação de massa e pelo turismo (1998, p. 05-06):
"Com a apropriação pela indústria cultural das tradições populares, as festas juninas ganharam uma nova dimensão e passam por transformações para adequar-se à nova realidade sóciocultural e aos interesses turísticos.
O culto ao fogo está cada vez mais presente nos festejos juninos, não se limitando apenas às rodas em volta da fogueira, mas aos sofisticados espetáculos pirotécnicos. (...) As quadrilhas com suas inovações deixam de lado o cenário de matutos desdentados, com roupas remendadas e chapéus de palha rasgados para mostrar luxo e beleza, com coreografias ensaiadas e incorporando novos passos até mesmo de aeróbica. O enredo atualizado da parte dramática de encenação do "casamento matuto"é também uma inovação. (...)
As tradições dos festejos juninos como: superstições, adivinhações, crenças, agouros, fogueiras, danças e comidas típicas, representam nos seus tempos e espaços, um passado que está no nosso imaginário e que continua sendo representado nos dias atuais."
Sabendo que essas mudanças são visíveis e, algumas vezes, irreversíveis, é possível prever até que ponto elas ajudam ou prejudicam o desenvolvimento das tradições históricas de cada região? Muitos diriam que o equilíbrio entre modernidade e tradição é necessário e importante para que esta não possa desaparecer, outros criticariam a banalização das festas, que valorizam mais os elementos seculares do que os valores e símbolos religiosos, como os Santos Antônio, João e Pedro. Um dos próximos posts do blog será dedicado a um case sobre essa discussão, que está aberta.
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