Por Maíra Masiero
Passar no vestibular, conquistar a casa (e/ou o carro próprio), ganhar um prêmio, conseguir um bom emprego ou uma promoção, recuperar-se de um problema de saúde, completar mais um ano de vida... enfim, são muitos os motivos pessoais e profissionais para que haja uma celebração, uma festa. Até mesmo no ambiente empresarial essa atitude é necessária para integrar os colaboradores e mostrar, ao público externo, um ambiente mais agradável, como mostra José Clerton de Oliveira Martins, no artigo Festa e ritual, conceitos esquecidos nas organizações (2002, págs. 123-124):
"A festa, enquanto elemento inerente ao cotidiano, apresenta-se no contexto do trabalho rotineiro, nos momentos de fuga do tempo destinado à execução das tarefas. É nesse momento que o trabalhador "cria", através da ação de livre expressão, um momento diferente, uma ruptura no tempo velho, para, logo em seguida, voltar ao trabalho mais revigorado, recriando, através de momentos rituais cotidianos, um novo tempo, com mais disposição, mais vontade, mais ânimo."
Neste mesmo artigo, o autor ainda fala que as festas representam, geralmente, um momento de transição e expressam as modificações que a sociedade passa ao longo dos tempos. Quando se relacionam esses conceitos a eventos específicos e coletivos, a publicidade ajuda a representá-los, como se pode ver no exemplo a seguir, relacionado ao contexto esportivo.
Daqui a menos de um ano, 32 países serão representados por suas respectivas seleções de futebol na próxima Copa do Mundo da modalidade, organizada pela FIFA e sediada no Brasil, que era o único país totalmente garantido na competição. Até esse ponto, não há novidades a serem contadas. Entretanto, nos últimos meses, outras seleções também conquistaram a sua vaga no Mundial, e tiveram a ajuda da publicidade para expressar essa alegria.
Um exemplo disso aconteceu quando a Argentina conquistou a vaga, antecipadamente, para o Mundial, no último dia 11 de setembro, derrotando o Paraguai por 5 a 2 na antepenúltima rodada das eliminatórias sul-americanas. A agência local da montadora colocou o Cristo Redentor, símbolo mundialmente conhecido do Rio de Janeiro, no lugar do Obelisco de Buenos Aires, erguido em 1936 em comemoração ao quarto centenário da fundação da cidade, com os dizeres: "Já não se pode pensar em outra coisa.".
Pode-se notar que a peça publicitária, com a troca de dois monumentos históricos das cidades envolvidas (Buenos Aires e Rio de Janeiro), ressalta exatamente este clima de festa, pelas cores fortes utilizadas e pela iluminação utilizada, que deu um caráter ainda mais celebrativo à montagem.
Outro aspecto que denota uma festa é a coletividade, afinal não se celebra algo sozinho: sempre se reúne um número (pequeno ou grande) de pessoas para divulgar os feitos e participar das comemorações. Sendo assim, uma das grandes estratégias para fortalecer a imagem de um produto, serviço ou evento é visar a coletividade, a contribuição de todos para que se realize esta celebração.
Ainda falando de Copa do Mundo, a Sony lança em dezembro deste ano o concurso mundial SuperSong, que visa a escolher uma música inédita referente ao Mundial para ser cantada por Ricky Martin. O cantor já interpretou a música tema da competição em 1998, sediada na França, na ocasião. O que pode pesar contra este tipo de concurso, apesar da coletividade, é o fato de Ricky não ser brasileiro, porém a iniciativa é válida pela coletividade e pelo clima de celebração (uma música "do povo para o povo"). Para encerrar este post, está o vídeo-convite do artista para este concurso.
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