Fonte: Tuga Filmes |
A outra agência - igualmente robusta -, a FAA (Federal
Aviation Administration) passa de raspão no argumento, mas o sindicato dos
pilotos não. E é abordada a questão das relações "com a imprensa e a
mídia" (assim mesmo, separando uma coisa de outra coisa) em momentos de
crise.
Responsabilidade é o "plot" - todo o tempo. Quem é
o responsável? Pelo estado do avião, pelo estado do piloto, pelo estado - de
ânimo - da tripulação, pelo acidente, pelas vidas perdidas, pela perda da
aeronave, pela potencial falência da empresa aérea etc. etc. etc. Em certo
ponto, o personagem principal - o piloto Whip Whitacker, interpretado pelo ator
Denzel Washington, diz mais ou menos isso: - Eu traí a confiança pública (I've
failed with the 'public trust').
É isso aí. "Public trust" é algo intangível,
sutil, quase etéreo. E é com essa matéria 'prima' que os errepês - e
jornalistas responsáveis - têm que lidar todos os dias. É bom que o
entretenimento se preste também a dar aulas sobre coisas tão
"invisíveis" quanto responsabilidade civil - algo que vem muito antes
da responsabilidade - tão em moda - social.
Na minha opinião, os conflitos mostrados neste filme
(tirando a noção errônea de que algumas drogas "curam" os efeitos de
outras - ponto que provocou reações hilariantes na plateia de que participei
ontem) e os modos de agir dos personagens do filme - e sobretudo a seriedade
com que são retratadas as instituições - são exemplares e devem servir de
inspiração, pois estão a anos-luz, por exemplo, da (respire fundo) Agência
Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários,
Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (a
"popular" Agetransp), que significa - e é - um NADA, como podem
atestar os mais de 16 milhões de almas que se movem no estado do Rio de
Janeiro.
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