quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Minha marca é um gênio - Personalização do atendimento ao consumidor

Por Maíra Masiero

No imaginário infantil concebido a partir, principalmente, do século XX, existe a história de um gênio que, em alguns casos, está preso num recipiente e que, se libertado por alguma pessoa, ele realiza três desejos, de qualquer natureza. Um artigo publicado no site Guia dos Curiosos traz algumas curiosidades sobre os chamados "gênios da lâmpada":

"- No folclore árabe os gênios são, em sua maioria, maus e podem assumir formas e tamanhos variados. Também podem aparecer em versões masculinas e femininas.
- Moram em lugares afastados ou em cemitérios e, normalmente, vão parar na lâmpada quando são aprisionados por terem cometido algum pecado contra a fé religiosa.
- Só podem ser destruídos pela ira divina, que lança raios e os transformam em pó. Diz a tradição muçulmana que o rei Salomão é o único capaz de controlar os gênios.
- Nas edições árabes de As Mil e Uma Noites, não existe a lenda de "Aladim e a Lâmpada Mágica". O conto aparece pela primeira vez em uma versão francesa do livro de Antonie Galland, no início do século XVIII. O autor afirma que a história foi contada por um árabe cristão chamado Hanna Diap.
- Nos contos de As Mil e Uma Noites publicados fora do mundo árabe, somente o gênio de Aladim e o do primeiro conto, "O Pescador e o Gênio", estão aprisionados e concedem desejos."



Comparando estes dois últimos gênios que concedem desejos, as marcas também se deparam com pedidos inusitados de clientes e admiradores. Explicar que não se pode atender a todos é algo padrão, mas trabalhoso para convencer as pessoas. Porém, para mostrar um atendimento personalizado por conta da marca e promover uma interação maior com o público, algumas empresas, nos último tempos, realizam alguns desses sonhos.

Em maio de 2012, a empresa Samsung recebeu um pedido inusitado: um menino canadense queria um smartphone Galaxy S III (recém-lançado na época) e, para fazer com que sua mensagem chamasse a atenção, anexou o desenho de um dragão verde.

Prontamente, o responsável pelas comunidades online da marca respondeu educadamente ao menino, dizendo que, se a empresa fosse conceder produtos de graça a todos que pedem, estaria na falência. Para retribuir o desenho feito pelo garoto, foi enviado um canguru em um monociclo. Pouco tempo depois desse diálogo, a repercussão era grande entre os amigos e conhecidos

Em agosto, porém, o garoto recebeu uma grande surpresa, digna de um "gênio da lâmpada":  foi mandado para sua casa um Galaxy S III, personalizado com o desenho do dragão verde que havia mandado pelo Facebook, além de uma carta da Samsung agradecendo ao jovem pela viralização das mensagens e pela repercussão positiva - e espontânea - que teve.

Um fato mais recente (e que seguiu quase que a mesma linha de atuação da Samsung) aconteceu com a marca PepsiCo. Uma menina de 17 anos pediu a volta do sabor Costelinha da batata Ruffles de um jeito diferente: enviou para a página da empresa no Facebook, juntamente com seu apelo, um desenho de dois seres  chamados “duocórnios”.

Com esse pedido especial, a agência digital da marca atendeu ao pedido da garota, mandando quatro pacotes de Ruffles Costelinha e materializando o desenho dos dois duocórnios, em parceria com a empresa Ateliê de Brinquedos. Inclusive, no site da empresa, há uma pequena descrição sobre estes seres, que são "mitológicos, cavalos normalmente brancos com um chifre [e] associados à força e à pureza". O vídeo a seguir mostra o resultado dessa ação.



Essa personalização do atendimento é importante para a humanização das marcas, mas é necessário que esse procedimento seja feito de forma paulatina (sem se tornar um "gênio da lâmpada", atendendo a todos os pedidos feitos), a fim de valorizar igualmente a todos os consumidores, o que é uma tarefa quase que utópica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário