segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O que e como falar? - Ensinamentos do The Voice aos comunicadores

Por Maíra Masiero

Não se possui dúvidas acerca da força das imagens e da aparência para promover um projeto ou para apresentar uma ação de comunicação. Porém, para se destacar num cenário tão competitivo como o dos dias atuais, é necessário ir além de uma figura bonita: às vezes, uma palavra bem colocada pode resolver o problema de comunicação e pode potencializar a estratégia de Relações Públicas, como mostra Marconi (2009, p. 89):

"Sem dúvida, a capa do kit de imprensa, o catálogo de produtos, o relatório anual ou o folheto deveriam tentar atingir o ponto da mensagem ou reforçar a imagem corporativa em todas as oportunidades - e se uma campanha com uma imagem muito conhecida estiver em andamento, todo o material periférico, bem como o kit de imprensa que contém esse material deveriam refletir a mesma imagem ou visual. Mas não se recomenda uma estratégia de RP abrangente que dependa unicamente de fotografias para definir sua posição e levá-la até o ponto desejado."

Para aplicar o ditado popular que diz que "quem vê cara, não vê coração", ou ainda inverter o sentido de outro ditado, fazendo uma canção valer mais do que a imagem, a Rede Globo trouxe ao Brasil no último domingo, dia 23 de setembro, o reality show The Voice (no caso brasileiro, acrescente-se o nome "Brasil" ao título do programa), um show de calouros em que os técnicos irão classificar ou não os concorrentes para seus times, na primeira fase, apenas pela voz, não importando o aspecto físico dos candidatos.

De acordo com o site oficial da versão brasileira, os técnicos Carlinhos Brown, Cláudia Leitte, Daniel e Lulu Santos ficam de costas e, se gostarem, apertam um botão que faz a poltrona girar, revelando quem é a voz que escolheram para fazer parte da equipe. Se mais de um escolher a mesma pessoa, o candidato é quem decide com quem deseja trabalhar. Tudo levando em consideração a voz, a profundidade e o conteúdo vocal de cada um dos aspirantes. A seguir, um dos vídeos da audição de estreia de The Voice Brasil.



Comparando esta disputa musical com o dia-a-dia de um profissional, é necessário se destacar sempre pelo conteúdo de suas apresentações e de seus projetos no cotidiano. Logicamente, como já foi dito, não se pode descuidar da aparência e da estética na hora de se apresentar (ou de mostrar um plano de comunicação); contudo, a maneira de se expressar e o conteúdo da fala constitui um fator importante para o sucesso ou não daquela apresentação. E o The Voice pode mostrar de maneira paralela esta importância.

Pode até acontecer injustiças em relação à apresentação, como muitos internautas classificaram a eliminação de Yuri, um índio que, cantando a música "Sinônimos" (Chitãozinho & Xororó) não conseguiu o aceite de nenhum dos quatro jurados que se arrependeram, quando descobriram a origem do cantor e que ele pertencia a uma minoria raramente vista na televisão e nos palcos. Porém, estes casos são menos comuns, e os avaliadores não costumam se enganar quando um projeto de comunicação está em jogo. Enfim, cuidar das palavras que são ditas é essencial para que a comunicação seja eficaz e compreensível para todos os públicos.

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