quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Jogos de improviso e comunicação organizacional: uma metáfora improvável?

O improviso existe na História da humanidade desde os primórdios, com a adaptação de ferramentas naturais ao trabalho humano (o uso de paus e pedras para caça é um exemplo). Entretanto, é no fazer teatral, principalmente em espetáculos destinados justamente à pura improvisação, que a prática se torna mais evidente, como mostram Fábio José Rauen e Layla Antunes de Oliveira no artigo Improvável - um espetáculo provavelmente bom: análise de processos interacionais do jogo Cenas Improváveis com base na Teoria da Relevância (2011, p. 152):

"O elemento constitutivo do teatro de improviso é a competência e a habilidade de os atores atuarem,
jogarem e formarem ambientes imaginários construídos por eles. Nesse processo, a mente e o corpo respondem espontaneamente, provocando novas ações na organização da cena teatral, com base em um impulso provocado por uma cena ou pelas situações sugeridas, quer pela plateia ou pelo condutor do espetáculo, o mestre de cerimônias. O ator, com o recurso da espontaneidade, converte-se nessas situações em jogador."
Com este contexto inicial, pode-se fazer esta pergunta: até que ponto o improviso numa comunicação pode resultar em consequências negativas para a empresa? Ou ainda: como algumas situações vividas em jogos de improviso, em que não se tem um texto definido para a apresentação, podem contribuir para o aprimoramento das estratégias organizacionais?

Como um primeiro exemplo, o vídeo a seguir mostra o jogo do "Transforma", em que dois jogadores improvisam uma cena a partir de uma frase escrita pela platéia. Quando uma pessoa disser "transforma!" (ou uma campainha soar, no caso de outros programas deste estilo), os atores congelam e um que está de fora tem que entrar e transformar a cena, a partir dos atributos físicos ou da posição dos outros personagens.


Às vezes, num contexto específico vivdo pela empresa, o mercado, em vista das rápidas evoluções que se sucedem ao longo das décadas (e, atualmente, ao longo dos anos) "grita" por mudanças, e, muitas vezes, algum fator externo se modifica de uma tal maneira que exige uma reação rápida do seu receptor. É necessário ter um planejamento sim, porém, quando algo não sai como o planejado, uma resposta rápida e consciente faz a diferença.

Outro jogo que pode inspirar as organizações é o dos Objetos, em que duas duplas de objetos são selecionados pela produção do espetáculo e os atores, uma dupla por vez, irá inventar novos significados, funções e utilidades para os objetos apresentados.



Como se vê, neste jogo, os atores precisam ter criatividade e inovação na hora de adaptarem os objetos ali expostos, para que a situação fique engraçada e compreensível aos olhos do receptor, ou seja, para que a meta seja alcançada plenamente. Assim também acontece nas empresas, diante de uma situação corriqueira ou de um recurso que já é amplamente utilizado (como as mídias sociais, nestes últimos aos): é necessário inovar e procurar novas alternativas para surpreender positivamente o público a ser atingido.

Portanto, o improviso não pode ser visto como algo totalmente benéfico; porém, se aproveitado de forma consciente, pode ser importante para que a criatividade dos envolvidos seja incentivada.

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