quarta-feira, 26 de junho de 2013

Redes sociais e coletivas de imprensa 2.0

Por Maíra Masiero

Nos momentos mais importantes da vida profissional e pessoal de muitas pessoas, há a necessidade de uma declaração oficial (pode ser formal ou não) para tornar definida uma situação. É evidente que os veículos de comunicação, pessoas célebres e, na maioria das vezes, os governantes também precisam ir à público em várias ocasiões para se pronunciarem sobre assuntos relevantes para a sociedade ou para a defesa de sua imagem, por meio de pronunciamentos oficiais e/ou coletivas de imprensa.

Atualmente, um dos pronunciamentos mais divulgados e discutidos ocorreu no dia 21 de junho, quando a presidente Dilma Rousseff veio à público, em cadeia de rádio e televisão, para mostrar seu posicionamento sobre as manifestações que se espalharam por todo o Brasil no último mês e para elencar algumas medidas a serem realizadas na continuidade de seu mandato.



Com a inserção cada vez mais maciça das mídias sociais no cotidiano das pessoas e dos veículos de comunicação, o método de gravar pronunciamentos e convocar coletivas de imprensa presenciais já não é a única forma de realizar importantes declarações. As redes sociais, na contemporaneidade, costumam contribuir para que as "coletivas virtuais" se tornem uma realidade.

Ainda em relação às manifestações que acontecem no país, uma declaração de Ronaldo, ex-jogador, empresário e comentarista esportivo da TV Globo, em 2011, sobre a realização da Copa do Mundo no Brasil, causou revolta e indignação em muitas pessoas nas redes sociais. Segundo ele, uma competição como essa não é feita com hospitais, mas com estádios.

Para se defender acerca do teor das declarações, Ronaldo utilizou também as redes sociais como um "grande microfone", na coletiva de imprensa formada pelos seus mais de 3 milhões e meio de seguidores. Numa sequência de 12 postagens na sua conta oficial no Twitter, o membro do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo fez o seu esclarecimento sobre o caso:

"Um pessoal postou um video editado com declarações minhas sobre a Copa de dois anos atras. / Posso de fato não ter me expressado tao bem e a edição que eu vi na internet é bastante tendenciosa. / Era outro contexto. Não é justo usar como se fosse dito essa semana. / A Copa é uma incrível oportunidade para o Brasil. Chance de atrair atenção, investimento, turismo e mais mil coisas / Mas isso não obriga a deixar de investir em questões sociais prioritárias como saúde, educação, transporte, segurança e etc / Afinal, não temos Copa do Mundo desde 1950 e não foi por isso que atingimos excelência em nenhuma dessas causas / São 63 anos sem a Copa e não se viu bilhões destinados às questões sociais. / Duvido que nosso país estaria uma vírgula melhor se não tivesse escolhido fazer o Mundial de 14. / Não sou responsável pela administração do dinheiro público e repudio a corrupção. / Tenho sentido orgulho de ver os protestos pacíficos e democráticos pelo país, / espero que se espalhem cobrando, todos os anos, a melhor gestão do gasto público."
Uma questão interessante a ser destacada nesse caso é que o Twitter oficial de Ronaldo é também o da operadora Claro; porém, houve poucas reclamações na fanpage oficial da marca no Facebook, mostrando que a crise aberta a partir das declarações teve seu foco na pessoa do Ronaldo, e não necessariamente na empresa.

Outro caso também no contexto esportivo foi a saída do atacante Neymar, do Santos para o Barcelona. A declaração oficial do jogador sobre o caso não foi feita por um veículo de comunicação específico, e sim pela sua conta no Instragram, como já foi visto aqui mesmo neste blog e que houve continuidade nesse presente texto.

Pode-se dizer, a partir destes casos, que há uma maior tendência das empresas e pessoas públicas se manifestarem com esclarecimentos a partir destas plataformas, pois estas mostram uma maior capacidade de abrangência e disseminação de informações. 

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