Por circunstâncias, muitas vezes, não saímos de casa no
"réveillon". Nessas ocasiões é inevitável que alguém queira assistir,
na TV, alguma contagem regressiva e imagens dos shows pirotécnicos do Rio,
Sampa e Floripa. O problema é que, passados os 20 minutos da praxe
jornalística, não se desliga o eletrodoméstico e este continua sintonizado num
tal "show da virada" da líder de audiência. E pobres incautos acabam
testemunhando - mesmo tapando olhos e ouvidos, ou indo para a sala ao lado - a
"atração". Foi o meu caso, anteontem.
E aí, quebrando a promessa de não
trabalhar hoje, pergunto-me: - o que foi aquilo? Um auditório onde as pessoas
se acotovelavam, de pé (deve ter sido por horas), comportando-se
"amestradamente" a cada "hit" que se sucedia no palco, em
um "playback" dos mais safados que já vi na vida. Lixo puro, de
artistas "consagrados", outros nem tanto, e ilustres nulidades - numa
escalada de vulgaridades (em letra e música), gritos de "mãos p'ro
alto" e coreografias tão criativas quanto as das chacretes dos anos 1970.
Que em 2014 a população brasileira simplesmente desligue a TV aberta, num ato
de "desobediência civil" ao Big Brother que, aliás, ontem, já iniciou
sua campanha diária na telinha da Globo. E a esta somar-se-á, já-já, o desfile
dos "clips" de sambas-enredo dos bicheiros da "liga" do
Rio, empurrados garganta a baixo de toda a silente audiência do país,
acrescentando "caldo" ao entorpecimento da massa - este já "no
ar" há meses -, sobre Copa do Mundo, patrocinada por mui ricos anunciantes
no país de muito pobres índices de tudo o que importa; saúde, educação,
segurança, justiça e mobilidade.
Eleições gerais? Esqueçamos... Já estão
eleitos os nossos "políticos profissionais" que vendem as concessões
públicas de comunicação e alugam preciosos minutos de propaganda
"gratuita" de seus partidos - todos "fake". Venham mais 4
anos de Dilma, Garotinho e Alckmin... e, assim, em mais pouco tempo, seremos
genuinamente um país bárbaro!
Continuando...
ResponderExcluirNão ensinamos bem o Português, não ensinamos bem a Matemática. Estamos importando médicos e engenheiros. Formamos pessoas em nível superior e o salário que se candidatam a receber não passa de 1.500 reais, em todas as áreas - o suficiente para comprar uma TV de tela plana, um hipercelular, um carro a prestação, um "tour" da CVC e continuar "audiente" do lixo global, da mídia e da política nacional.
Comecemos desligando a TV comercial e ligando a educativa.
Em meus tempos morando em São Paulo, eu e vários amigos deixávamos a TV Cultura ligada o dia todo (estou tratando de sábados e domingos), inclusive com filhos pequenos na sala. O canal educativo da Fundação Padre Anchieta foi responsável, entre outras, pelas produções de Rá-Tim-Bum, Cocoricó, Glub-Glub, Vitrine, Metrópolis, Ensaio, Provocações, Telecurso 2o. Grau, Sítio do Pica-pau Amarelo e Roda-Viva. É possível ter-se uma televisão pública de qualidade, apesar de, na última década, a TV Cultura ter sido sucateada (em equipamentos e inteligência) pela administração tucana no estado de São Paulo. Na verdade, não é preciso desligar a TV. Só mudar de canal. A TV Cultura preenche horas muito melhor que Faustão, Silvio, Gugu, Huck, Raul Gil juntos!