Esta é a primeira semana totalmente útil do ano novo, e muitas pessoas já voltaram aos seus trabalhos, principalmente os comunicólogos. São 365 dias que prometem ser bem agitados para o universo comunicacional, justamente por envolver mais eventos-chave previsíveis (fora os inesperados, que sempre ocorrem) e simultâneos do que, por exemplo, o ano recém-passado.
Como já foi dito, 2014 já começou teoricamente, mas uma expressão que faz parte do imaginário brasileiro alerta que a "nova data do ano novo" é na tarde de 5 de março, quarta feira de Cinzas, quando se encerra o Carnaval, evento que é considerado, por muitos, um eixo fundamental para a representação identitária brasileira (e, por extensão, um campo importante para as estratégias de comunicação), como mostra Rodrigo Muniz F. Nogueira, no artigo O carnaval como uma peça da construção identitária brasileira (2008, p. 53, grifo do autor):
"O antropólogo Roberto da Matta, em sua obra Carnavais, malandros e heróis, apresenta os rituais (entre eles o carnaval) como promotores da identidade social e construtores do seu caráter. Para o autor, 'o carnaval é um momento em que se podem totalizar gestos, atitudes e relações que são vividas e percebidas como instituindo e constituindo o nosso próprio coração' (Da Matta, 1997, p.30). E completa revelando que o carnaval permite sentir nossa própria continuidade como grupo."
Nem bem terminarão os festejos carnavalescos e já surgirá, com mais força, o cenário para a Copa do Mundo de Futebol que, após 64 anos, voltará a ser sediada no Brasil. Entre protestos, manifestações, treinos e jogos, serão 30 e poucos dias de ações promocionais, interação nas mídias sociais, marketing de guerrilha, postagens (criativas ou nem tanto) e outras iniciativas comunicacionais que podem surgir ao longo do tempo, desde numa simples loja até nos patrocinadores e emissoras oficiais da competição, como a Coca-Cola, por exemplo.
Após a euforia pelo título do Brasil (ou a amarga tristeza de não conseguir ganhar uma Copa em seus domínios), outro cenário será montado: em outubro, milhões de eleitores estarão nas urnas (uma ou duas vezes) decidindo quem será o Presidente do Brasil (novo ou reeleito), além de votarem também para Senador, Governador, Deputados Estaduais e Federais. E é nesse momento que a Comunicação e o Marketing Políticos entram em cena, sempre com cautela e respeitando as leis eleitorais, para tentar convencer as pessoas que um ou outro candidato é melhor.
Quando se percebe, chega novembro e, com ele, mais uma preparação para o Natal, demonstrando o quão rápido o ano irá passar (e ainda não foram citadas datas importantes para o comércio e para o marketing, como os Dias dos Pais, das Mães, das Crianças...). Essa rapidez soma-se com os inúmeros feriados nacionais, estaduais e municipais que acontecerão durante o ano.
São tantos elementos festivos e de reflexão, que há até um novo calendário proposto, de forma irônica, na Internet, com um número mínimo de dias úteis, o que gerou até um artigo do portal da BBC, questionando esse fato perante uma economia que parou de crescer e que, talvez, valorize mais 30 dias de futebol do que 365 de problemas estruturais.
Entretanto, como se pode ver, os profissionais de Comunicação não terão um calendário tão flexível como o da foto acima, porque este campo é primordial para que a identidade brasileira seja construída e que o novo ano, que está apenas começando, tenha maior qualidade de ações, ideias e sonhos.
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