Por Maíra Masiero
O mês de janeiro é marcado pelas férias escolares. Muitas crianças e adolescentes aproveitam deste período para descansar, viajar, dormir até mais tarde ou mesmo ficar mais tempo em casa, diante da televisão e do computador.
Com esse precoce acesso à modernidade (e aos seus exageros, mais precisamente), há certa preocupação sobre ao que essas faixas etárias estão acessando na rede mundial de computadores e de como as tecnologias podem afetar as crianças, conforme mostra Sandra Marlene Mendes Barra no artigo: Infância e internet – interacções na rede (2008, p. 63):
"Parece não haver dúvidas quanto à importância que exercem as novas tecnologias na definição das experiências culturais das crianças hoje em dia paralelas a uma inegável atracção e prazer das crianças na sua interacção com os meios electrónicos. E no que diz respeito à Internet, serão as crianças os pioneiros e destemidos desbravadores destas novas auto-estradas, em busca de informação e utilizando-o como meio de transmissão de ideias. (...)
As tecnologias a que hoje acedemos afiguram-se como modificadoras nas formas de relacionamento das crianças com a informação e comunicação. A utilização de som, imagem, texto, grafismos e todas as potencialidades hipermédia, contribuem ainda, e decisivamente, para cativar o utilizador destas faixas etárias com a grande vantagem de tornar possível a aprendizagem adaptada a diferentes estilos, ritmos e capacidades das crianças, com grande facilidade e flexibilidade de utilização."
Observando esta tendência, o grande desafio da comunicação é equilibrar as esferas on e offline no cotidiano das crianças, além de retomar alguns hábitos importantes para o seu desenvolvimento, como a leitura, as antigas brincadeiras, entre outros aspectos.
Uma iniciativa feita pela rede McDonald's no Reino Unido tenta, teoricamente, inserir a leitura na prática cotidiana das crianças. A partir de janeiro deste ano, a empresa incluiu 15 milhões de livros que substituíram os brinquedos que, geralmente, acompanham o McLanche Feliz na região, no projeto Happy Readers (Leitores Felizes, em português).
Os livros trazem várias atividades, como quebra-cabeças e adesivos sobre espaço e planetas, florestas tropicais, grandes felinos e oceanos, dentre outros. O vídeo a seguir, em inglês, mostra alguns depoimentos de consumidores e colaboradores da rede de fast food sobre este projeto.
Pode-se dizer que a rede se aproveita do incentivo à leitura para promover ainda mais o consumo de lanches calóricos pelas crianças, mesmo com a escolha de se comprar os livros fora do pacote do McLanche Feliz. Porém, se levar em consideração a iniciativa cultural, esta é válida por trazer às crianças conhecimento e informações de forma interativa.
Outra forma de ensinar as crianças (e relembrar os adultos) é mostrar e valorizar as brincadeiras antigas. No ano de 2010, o canal pago de televisão Cartoon Network e a bolacha Passatempo, da marca Nestlé, fizeram uma campanha intitulada “Porque Brincar Faz Bem Demais”.
De acordo com a matéria do Portal da Propaganda, foram sete programetes exibidos semanalmente, que mostram oito crianças ensinando diferentes formas de se divertir com os amigos, incentivando a cultura brasileira e resgatando brincadeiras tradicionais, como Pique-Bandeira, Siga o Mestre, De Quem é a Bola, Mãe da Rua, Gato Mia e Dança das Cadeiras, utilizando-se de uma linguagem jovem, visando atrair os telespectadores. Para terminar o post, a seguir está um desses vídeos, com a brincadeira Mãe da Rua.
Passatempo - Cartoon Network from SALA12 on Vimeo.
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