Por Manoel Marcondes Neto
As novas diretrizes curriculares nacionais para a graduação em Relações Públicas, expedidas pelo MEC em setembro último, encerraram o ciclo da "Comunicação Social" iniciado na ditadura.
Para controlar as mentes, Radialismo, Jornalismo, Cinema, Propaganda, Editoração, Biblioteconomia e Relações Públicas foram aprisionadas como "habilitações" sob um mesmo "guarda-chuva".
Ao invés de "irmãs", as áreas - sempre separadas, divorciadas desde os bancos escolares - enfraqueceram um setor estratégico e inibiram o pensamento crítico, a livre iniciativa e o próprio exercício da democracia e do direito à informação e livre expressão.
A partir de agora, cada área é dona de seu próprio destino e acredito que os futuros cursos de Relações Públicas nascerão no âmbito das escolas de Negócios - de onde nunca deveriam ter sido extraídos.
No início, antes da violência, nossos títulos de autores fundamentais - como Bertrand Canfield e Whitacker Penteado, pai - foram publicados pela "Biblioteca Pioneira de Administração e Negócios" e o parecer fundador da área acadêmica recomendava a criação do bacharelado nas faculdades de Administração.
Estamos livres, agora, para voltar às origens, e deixar o segmento da comunicação, onde Relações Públicas nunca tiveram o destaque merecido, sendo sempre vampirizadas pela tosca simplificação do ensino de Jornalismo e de Propaganda no país [a colocação do termo “Publicidade e” junto a “Propaganda” foi uma desesperada tentativa de aniquilar o que originalmente era (e ainda é, no CNPQ, uma área híbrida; “Relações Públicas e Propaganda”)] - cursos técnicos formando consumidores perfeitos, e operadores adestrados para atuar na periferia das decisões que realmente interessam à economia, à sociedade e à cidadania, tanto individual como empresarial.
Os cursos atuais - aparentemente - não têm alternativa se as anacrônicas escolas de comunicação "social" mantiverem-se estáticas. E, com as novas DCNs - em 2 anos - os cursos das IES particulares tendem a desaparecer (em virtude das infindáveis 3.200 horas "cheias" que se estabeleceu no escurinho de Brasília). Sobrarão os cursos das IES públicas e confessionais, essas últimas talvez, por não terem muita saída a não ser adaptarem-se, sempre, "ao que o 'seu' MEC mandar".
Quem viver verá.
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