terça-feira, 30 de abril de 2013

Há sindicato? Sou contra!

Por Manoel Marcondes Neto

Deu no jornal O Globo de 29/04/2013: "250 SINDICATOS NOVOS POR ANO. Brasil tem mais de 15 mil entidades (10.167 de trabalhadores + 4.840 patronais). Com contribuição obrigatória, valor movimentado atinge R$ 2,4 bilhões por ano".

De vez em quando aparecem pessoas advogando a "causa" de sindicatos para errepês e não entendemos – os que são profissionais há tempos, grupo em que incluo-me – o por quê desse movimento sindical "pidão", "sem gente".

A reportagem dá a explicação. São as sinecuras. Sindicalistas dirigentes auferem poder e benefícios, mesmo que os sindicalizados nunca tenham tido a mais pálida ideia da ação do sindicato em sua região (sindicatos de trabalhadores são, por lei, entidades representativas municipais, mas como tudo no Brasil, há sindicatos "de duas cidades", de estado, "da região..."). E há ainda as "federações" de sindicatos. Que máquina!

E continua a matéria: "Algumas dessas entidades são criadas apenas para arrecadar a contribuição obrigatória, admite o presidente da CUT, Vagner Freitas. E existe o sindicato que não existe mesmo. Problema da contribuição compulsória que não é vinculada à ação sindical – afirma Manoel Messias, secretário de Relações do Trabalho do MTE".

Como é que é? Então todo sindicato "belisca" alguma grana mesmo que não tenha ação sindical alguma? Ganha-se para fazer nada? Elege-se mais de 20 "diretores" numa chapa para representar... 20 sindicalizados? É isso mesmo? Com o seu, o meu, o nosso suado dinheirinho, alocado pela União?

Arremata o texto: "Quem não estiver satisfeito com a atuação de seu sindicato pode formar chapas e tentar mudar o rumo da entidade – afirma João Gonçalves Juruna, secretário-geral da Força Sindical". OK. Mas e quando não há uma massa crítica de pessoas para isso?

Nosso colega, Marcelo Ficher, fez, no Facebook, diversas convocações – há pouco mais de um mês – para a participação dos errepês nessa discussão e possível montagem de uma chapa "de verdade" para o sindicato do Rio de Janeiro, mas o absoluto silêncio que se seguiu foi a resposta da classe.

Deve haver, então, um meio da categoria expressar-se CONTRA a mera existência de um sindicato que, simplesmente "não existe" – como a matéria desvenda!

Assunto complexo, entediante, mas que tem que ser tratado por nós, profissionais da área que quer – e tem toda a oportunidade histórica, agora, de assumir a relevância que as RRPP têm no mundo inteiro.

Não podemos ter organizações "fantasmas" apresentando-se junto ao Ministério do Trabalho e Emprego "em nome" dos relações-públicas do Rio de Janeiro (minha região – a 1a. –, que coincide com um único estado).

Outras regiões, suas cidades, devem igualmente, discutir a questão! Temos que encontrar uma forma de neutralizar a pantomima e, pelas vias constitucionais, extinguir instituições completamente fake. O Brasil precisa deixar de ser o país do faz-de-conta. Precisamos desesperadamente disto.

Nosso tema-fundador, nossa profissão, nossa vida fundamenta-se na existência de instituições. E as queremos reais e fortes. Fora disso, essa é só mais uma matéria de (estarrecer) jornal, que amanhã estará embrulhando o peixe.

Mobilizemo-nos! Discutamos isto. E resolvamos esta questão de vez!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Valores e ética na publicidade - Hyundai e a tentativa de suicídio que quase matou sua imagem

Por Maíra Masiero

Nesta época contemporânea, os padrões éticos de propaganda e publicidade são cotidianamente discutidos, e não se torna raro observar casos de comerciais polêmicos neste sentido. Um dos grandes dilemas para os profissionais da área é como levar em consideração o Código de Ética da profissão, em conjunto com os seus valores e os da empresa, como mostram Maria Cecília Coutinho de Arruda, Adriana Uono e Juliano Allegrini no artigo Os padrões éticos da propaganda na América Latina (1996, p. 22):

"Tendo em vista a liberdade de que é dotado, por natureza, o ser humano, os códigos de ética, embora necessários para todas as carreiras, parecem não ser suficientes por si sós para orientar um publicitário na totalidade das circunstâncias e áreas com que se defronta. É imprescindível que ele domine o conhecimento de princípios básicos de ética sobre a natureza humana e sobre a vida comercial, constantemente refletindo sobre eles. Desta forma, reduzir-se-ão grandes incertezas na seleção de alternativas e serão discernidas com propriedade as decisões a seguir nos negócios.
(...)
Em face da frivolidade que permeia muitos ambientes onde se desenvolve a atividade publicitária, profissionais desta área já se propuseram a elaborar códigos de ética específicos para nortear seu comportamento. No entanto, por assumir o relativismo filosófico como base de seus conceitos fundamentais, não conseguiram atingir um consenso em um mínimo de princípios necessários.".

Utilizar a publicidade para mostrar situações polêmicas que podem afetar diretamente, e de modo negativo, muitas pessoas é um risco que precisa ser evitado, na medida do possível, pelas marcas e agências de comunicação.

Quem não teve este cuidado foi a Hyundai que, neste mês de abril, veiculou um comercial em que seu protagonista tentava tirar sua própria vida, com o auxílio da emissão de monóxido de carbono por uma mangueira entre o escapamento e a janela do carro, como seria numa tentativa de suicídio desta natureza. No final do comercial, é mostrada a tecnologia especial do carro, que emite apenas água na atmosfera e que deixa o homem sobreviver à tentativa de suicídio.

A seguir, está o vídeo da publicidade, que pode ser retirado a qualquer momento, pois, como será visto posteriormente, a repercussão foi tão negativa que a Hyundai pediu desculpas e afirmou que o vídeo seria removido, não sendo utilizado em nenhuma publicidade ou marketing da companhia.



Para que se tenha ideia da gravidade de se colocar um comercial desses no ar, a publicitária britânica Holly Brockwell escreveu, pelo seu blog pessoal, uma carta à agência que criou o filme para contar como se sentiu ao vê-lo, sendo que o pai dela se suicidou nas mesmas condições que o comercial mostra. Durante a carta, Holly lembra-se de momentos marcantes que viveria juntamente ao pai se não ocorresse o suicídio e ainda mostrou sua indignação para com o tratamento da marca àqueles que passam por situação semelhante: (trechos da carta com tradução nossa):

"(...) Lembrei-me de olhar para fora da janela para ver a polícia e ambulância, perguntando o que estava acontecendo. Lembro-me mãe me sentar para explicar que o papai tinha ido dormir e não seria acordar, e não, ele não seria capaz de me levar para a festa de aniversário do meu amigo na próxima semana. Não, ele não poderia voltar do céu apenas para aquele dia, mas ele gostaria, se pudesse. Lembro-me de descobrir que ele tinha morrido segurando o coelho de brinquedo macio da minha irmã no colo.
Surpreendentemente, quando cheguei à conclusão de seu vídeo, onde vemos que o homem, na verdade não morreu, graças a emissões limpas da Hyundai, eu não parava de chorar. Eu não repente sinto que minhas lágrimas foram justificados pela sua mensagem divertida. Eu me senti vazia. E doente. E eu queria meu pai.
(...) Por que eu tinha que ser lembrado do terrível momento... eu sabia que nunca ia ver meu pai novamente, e os momentos que ele não estava lá. Essa festa de aniversário. Dia de resultados. Graduação.
(...)
Então eu gostaria de pedir que da próxima vez que você quer dizer ao mundo sobre uma nova inovação no design do carro, você pensa nisso um pouco mais. Pense em mim. Pense sobre o meu pai. E os outros milhares de vítimas de suicídio e as famílias que deixaram para trás.
Meu pai nunca dirigiu um Hyundai. Graças a você, nem eu."


Com isso, pode-se perguntar: até que ponto pode uma publicidade explicitar situações constrangedoras ou delicadas, sem afetar diretamente o público-alvo? Será que, no caso da explicação das inovações do carro, teria outra forma menos polêmica de se expressar? E esse caso teve uma extrapolação no que diz respeito à ética? O debate está aberto.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Jornalismo e Relações Públicas: áreas irmãs siamesas

Por Manoel Marcondes Neto

"Ser 'repórter' é tomar chuva, molhar-se, e embebedar-se nas fontes".

Reproduzo 'post' de hoje, publicado em 'tópico' de grupo de Relações Públicas de que participo no Facebook, por achar que a discussão pode ser ampliada:

Nas sempre ótimas discussões havidas, nas redes sociais, sobre a profissão de errepê e sua (siamesa) interface com a dos jornalistas, uma coisa especial emergiu, para mim: a necessidade que o próprio Jornalismo tem de se rediscutir à luz das possibilidades de comunicação que surgiram com as novas tecnologias e cujo caso mais emblemático é o do blog "Fatos & Dados", da Petrobras.

O “case”

Quando os jornais, sistematicamente, não publicavam na íntegra as respostas dadas pela empresa a todas as perguntas enviadas pelos jornalistas, mas apenas parte delas, e só de algumas delas, "jogando fora" grande parte do esforço da(s) assessoria(s) de imprensa da Petrobras em responder as indagações feitas - por escrito -, a estatal resolveu publicá-las, todas, na íntegra, em blog que criou especificamente para isto, e em timing concomitante à edição na qual - possivelmente - seria publicada a matéria com os "quotes-resposta" pelos jornais. Ou seja, no primeiro minuto do dia seguinte, na internet - íntegra de perguntas e repostas, "por escrito".

Absurdo!

Houve uma "grita" geral na imprensa. Como pode a empresa "furar" o jornal? Isso é um desrespeito à atividade jornalística! O jornalão "O Estado de S. Paulo" escreveu mais ou menos assim, em editorial: "...esperamos que o bom senso impere e o blog seja tirado do ar...". Sabe quando isto iria acontecer? Nunca!

Se a imprensa não faz o seu trabalho direito; não apurando, não ouvindo o outro lado, não fazendo reportagem -Gay Talese ensina que reportagem é feita gastando sola de sapato e ouvido, e não "teclando" numa sala climatizada, em casa ou na redação -, não publicando as explicações (pedidas e dadas), o "entrevistado" tem todo o direito de mostrar, ao público interessado, como respondeu às indagações da imprensa.

Jornalistas e relações-públicas: duas faces de uma mesma moeda

Boas RRPP exigem boa imprensa. Imprensa forte, assessoria de imprensa forte. Ótimo!

Imprensa fraca e assessoria de imprensa forte? Péssimo!  Pois quem passa a “fazer” os jornais são as assessorias, e por mais que isto pareça uma "vitória" para errepês e assessores, é tremenda derrota para a cidadania, a sociedade e a democracia.


Nas discussões sobre passado, presente e futuro das RRPP no Brasil, não se pode deixar de discutir - e com os coleguinhas jornalistas junto - passado, presente e futuro do exercício do jornalismo. Ambas as atividades são faces de uma mesma realidade. E temos, juntos, que decidir se são também faces de uma mesma moeda, forte ou podre.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Publicidade, música e harmonia - As mil faces do LipDub como meio de divulgação

Por Maíra Masiero

A cada momento, surgem novas formas de tornar uma ideia ou um produto conhecido no mercado. Diante de um terreno tão competitivo (como, no caso desse post, a Internet), é necessário lapidar elementos e técnicas inovadoras para se destacar diante de outras situações.

É o caso do LipDub (pode também ser escrito separado), que combina sincronização labial e dublagem para a gravação de um clipe musical. O termo foi criado por Jakob Lodwick  (co-fundador do Vimeo), em dezembro de 2006, num vídeo publicado por ele mesmo. No ano seguinte, o executivo realiza o vídeo LipDub - Flagpole Sitta by Harvey Danger nos escritórios da empresa em que trabalhava, gerando muitas respostas em todo o mundo. E, em junho de 2008, universitários alemães realizam o primeiro LipDub na faculdade

Uma curiosidade interessante sobre o LipDub é que, mesmo com a criação do termo em 2006, ele é colocado "em prática" pela primeira vez dez anos antes, no clipe da música "Wannabe", interpretada pela girl band Spice Girls, e realizado por Jhoan Camitz. Realmente, o vídeo contém todas as características que o LipDub precisa para ser realizado, conforme será visto a seguir.


Victor Alex, no artigo LipDub – Um meio diferente de divulgação, mostra alguns aspectos importantes que devem ser considerados para se realizar essa nova técnica de forma eficaz:

"1) Ele [o vídeo] deve ser gravado num plano sequência, ou seja, sem cortes.
2) A escolha da trilha sonora deve ser a alma do LipDub, pois uma trilha bem escolhida proporcionará uma “brincadeira” maior com a letra e cenografia bem como figurino das pessoas que estarão participando das filmagens;
3) O local de gravação também deve ser escolhido com cuidado para que a camera possa passar por labirintos, subir e descer escadas, e por que não, até mergulhar numa piscina (...);
4) O que vai deixar o LipDub bacana é a espontaneidade, a curtição dos personagens, as brincadeiras e a liberdade de fazer o que deu vontade no momento da música, bem como traduzir a letra da música através de fantasisa (sic), gestos e ações."

Podem ser vistos muitos exemplos do uso dessa técnica na divulgação institucional (ou informal) de empresas (por exemplo, a farmacêutica espanhola MSD), músicas (como a "Oração", da Banda Mais Bonita da Cidade) e cursos universitários, como o da PUC-PR, da Faculdade do Quebec, em Montreal, e a ESAMC de Piracicaba.

Um dos mais conhecidos, midiaticamente falando, foi uma promoção realizada pelo programa Domingo Legal (SBT), entre outubro e dezembro de 2012, envolvendo a novela Carrossel e várias escolas que participaram, gravando um LipDub de uma das músicas da trilha sonora da trama, nos ambientes da própria escola. A seguir, está o clipe do Instituto Madre Mazzarello, localizado na zona norte de São Paulo, que venceu o concurso, levando o troféu e 20 notebooks para a instituição.



Existe, no Brasil, um site específico que remete ao Festival LipDub Brasil (realizado em 2012), patrocinado pela Coca Cola e apoiado pela MTV (dentre outras empresas), em que equipes de alunos matriculados em instituições de ensino superior realizavam LipDubs nos campi e concorriam a vários prêmios, dentre eles uma viagem para Barcelona.

Para encerrar este post, nada melhor do que um LipDub mundialmente conhecido e que serve de inspiração e incentivo aos namorados: o considerado "melhor pedido de casamento do mundo", com mais de 19 milhões de visualizações no Youtube, e com muitas releituras, inclusive no Brasil.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Comunicação e marca - Como é difícil se desvincilhar de uma imagem...

Por Maíra Masiero

No último domingo, dia 14 de abril, os admiradores de Chaves tiveram uma tarde de despedidas: o ator Carlos Villagrán, mundialmente conhecido pelo personagem Quico (ou Kiko, depois de uma briga judicial com Roberto Bolaños, o Chaves, que reivindicou direitos autorais do personagem da série homônima) está fazendo uma turnê de despedida, de "aposentadoria", e fez o que pode ser chamado de uma despedida da fantasia no palco do programa Domingo Legal, do SBT. Um trecho do programa (ainda com a presença caracerizada de Kiko) pode ser vista a seguir.



Durante o programa, quando foi citada a despedida do personagem, muitos se entristeceram e, após a retirada da fantasia, muitas pessoas talvez não consigam ver o ator Carlos Villagrán como ele mesmo, mas sempre se recordem de Kiko. Mas o que o episódio que iniciou esse texto tem a ver com empresas, comunicação e imagem?

Vendo esse fato, pode-se, tranquilamente, realizar uma comparação com o que acontece com a imagem de certas marcas (ou de seus protagonistas publicitários), de modo positivo ou negativo, quando são relacionadas a uma pessoa ou a uma situação específicas.

No campo da publicidade, existe um conceito que auxilia na compreensão desse cenário, que é chamado de pessoa subvertida, e que se apresenta de duas formas, como mostram Eneus Trindade e Clotilde Perez, no artigo Os múltiplos sujeitos da publicidade contemporânea (2009, págs. 29-30, grifos dos autores), referenciando essa nomenclatura dada, originalmente, por Fiorin (1999):

"(...) o fenômeno da pessoa subvertida (...) dá-se por mecanismos de embreagens internos ao discurso, na categoria de pessoa. Por exemplo, a troca de um eu por um nós, entre outras possibilidades. Para a mensagem publicitária, muitos personagens ou garotos-propaganda subvertem o seu eu para a primeira pessoa do plural, o nós, quando esse nós inclui o eu que fala e o outro ele (receptor e possível consumidor), geralmente substituído pela marca dêitica contextual «a gente». Ou ainda, quando o eu que fala, sujeito do enunciado (ator, mascote...), usa o nós para se referir à soma do eu e ela, a marca anunciante, caracterizando a embreagem de terceira pessoa do singular «ela, a marca», que também é a debreagem da enunciação-enunciada do pólo da emissão (o anunciante) no enunciado. (...) 
Outra situação comum de pessoa subvertida, em mensagens publicitárias, é quando o garoto-propaganda e a marca se confundem e um passa a substituir o outro ou não se consegue desassociar um do outro. (...) Tal fenômeno remete a uma construção de efeito de subjetividade, fundamentada em aspectos da enunciação tipicamente publicitária."

Como o artigo também traz, um dos exemplos mais claros de pessoa subvertida (além do que acontece, desde já, com o personagem Kiko) é o ator Carlos Moreno, que foi garoto-propaganda da marca de lã de aço Bombril durante mais de 30 anos, inclusive tendo seu nome no Guinness Book pela longevidade nas peças publicitárias. A sua imagem tornou-se algo automático para muitas pessoas, quando se mostra a embalagem do produto. Até hoje, em alguns comentários na fanpage da marca, algumas pessoas pedem pela volta de Carlos Moreno aos comerciais.

Fonte: Jornal O Dia
Já um exemplo negativo de vínculo entre empresa e uma situação específica foi o caso da marca Ades, pertencente à Unilever, que teve, no último mês de março, um problema ocorrido em parte do lote do sabor maçã, na embalagem de 1,5 litro, que foi envasado com soda cáustica.

Desde então, a popularidade da marca despencou e as reclamações em sua fanpage aumentaram consideravelmente, mesmo com todo o trabalho de gerenciamento de crises realizado, e eram frequentes nas redes sociais piadas e zombarias com o caso. Na foto em destaque, vê-se uma comparação entre o produto e a seringa utilizada por Lívia Marini (Cláudia Raia), a vilã da novela "Salve Jorge" para matar suas rivais.

Com isso, é necessário observar o esforço feito pelos atores para tornarem esses personagens apenas mais um na galeria de seus papeis, e mais complicado ainda o trabalho de uma equipe para restabelecer a imagem de uma empresa após uma crise.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Mais impacto em menos tempo - Uso do Vine na publicidade

Por Maíra Masiero

A tecnologia vem, dia após dia, trazendo ferramentas para otimizar a comunicação entre as pessoas e, consequentemente, mostra novos caminhos para o mundo publicitário, com formas inovadoras, a fim de auxiliar na promoção de marcas e de iniciativas globais.

Créditos: Droid-Life
Um exemplo dessa inovação é o Vine, ferramenta lançada em janeiro de 2013, pertencente ao Twitter e acessível em dispositivos móveis (Android, iPhone e iPad). Segundo reportagem do UOL, o aplicativo é considerado um Instagram em movimento, pois realiza a captação vídeos de até seis segundos (para inspirar criatividade, segundo seus criadores), como se fossem "gifs animados", com o diferencial na captação de áudio das imagens. O programa ainda permite compartilhar os vídeos no Facebook e poderá funcionar como uma espécie de rede social.

Com todas essas facilidades, as empresas já começaram a utilizar o Vine para fins comerciais, mercadológicos e até para processos seletivos. Uma das marcas brasileiras que já utilizou o aplicativo é a Guaraná Antárctica, que realizou uma série de comerciais curtos, de até seis segundos, para promover a marca no seu perfil oficial do Twitter. Truques rápidos de mágica (em comemoração ao Dia do Circo e repetido para celebrar o Dia da Mentira) e uma homenagem ao aniversário do microblog foram as temáticas escolhidas com o objetivo de experimentar o Vine como parte integrante de uma estratégia de publicidade.

Por outro lado, o que um profissional faria em seis segundos para mostrar suas capacidades e ser contratado por uma agência de publicidade? Foi o que a DDB de Bruxelas (Bélgica) está fazendo: para entrar na empresa, é necessário enviar o vídeo, via Vine, no Twitter, e adicionar a hashtag #DDBExpress até o dia 31 de maio. Dentre os dez melhores trabalhos, apenas dois irão estagiar na agência e ainda irão para Cannes. A fanpage da DDB belga mostra um pouco dos trabalhos já destinados para a seleção, como este que vem a seguir.



Este apllicativo também pode ser útil para divulgar lançamento de filmes, de forma personalizada e inovadora. Foi o que ocorreu no último mês de março com "The Wolverine" (Intitulado “Wolverine: Imortal”, em Português), filme que só estreará no Brasil em julho. O diretor James Mangold usou a rede social para publicar um teaser do trailer (?!) do filme, que seria revelado, na íntegra, no dia seguinte.

Portanto, com esses exemplos, fica evidente que o Vine pode ser utilizado pelos comunicólogos para ativar conteúdos relevantes e valorizar o diferencial de cada marca (por exemplo, a alegria e a descontração, no caso da Antárctica), contribuindo para uma presença mais constante no mundo virtual.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

RPrestigiando - Vem aí a XV Jornada Multidisciplinar da UNESP Bauru!

Por Maíra Masiero

Atendendo ao pedido da equipe da RPJr (Empresa Júnior de Relações Públicas - UNESP Bauru), o RPitacos divulga a XV Jornada Multidisciplinar, que será realizada nos dias 14, 15 e 16 de maio no campus dessa universidade em Bauru/SP. Todas as informações abaixo relacionadas são de responsabilidade dos organizadores do evento.

Os Inúmeros Ramos da Comunicação

Convergência é uma palavra derivada do verbo “convergir” e que pode ter vários significados, mas um deles – e o mais relevante aqui – é de “tender para um ponto em comum”.

As várias plataformas que hoje servem para difusão da informação entram em discussão justamente pela velocidade com que as mídias são alteradas e em como o ecossistema midiático é reconfigurado diante das transformações tecnológicas sistemáticas, colocando desafios importantes nos planos teórico, metodológico e das práticas sociais e de representação.

Crédito: Site do evento
A XV Jornada Multidisciplinar, sob o tema “Linguagem nas Mídias na Era da Convergência”, vem contribuir com esse debate, por meio da realização de conferência, painéis, reuniões de trabalho e outras atividades, ao promover, estimular e subsidiar a discussão sobre a linguagem e a produção nos diferentes meios na contemporaneidade nos estudos de graduação, pós-graduação e demais propostas nas áreas de Humanidades e Ciências Sociais Aplicadas, em especial a Comunicação.

O evento vai rolar nos dias 14, 15 e 16 de maio, e uma das novidades fica por conta das oficinas e suas temáticas: Folkcomunicação, Marketing Mobile, Produção de Documentário e Marketing Digital, que serão abordados por pessoas experientes e com um currículo rico na área específica. Elas serão realizadas no dia 16 no período da manhã e as inscrições já podem ser feitas pelo endereço: http://www.faac.unesp.br/#749,824.

Trazendo também a oportunidade de estudantes e pesquisadores apresentarem o resultado de suas pesquisas, a submissão dos trabalhos deve ser feita até 19 de abril. Todas as informações podem ser encontradas em: http://www.faac.unesp.br/#749,751.

E para os alunos e curiosos que desejam participar como ouvintes do evento e ir além da teoria, as inscrições vão ocorrer até o dia 14/05 e podem ser realizadas em: http://www.faac.unesp.br/#749,752.

Todas as informações podem ser encontradas no site do evento, bem como nas mídias sociais da Jornal Jr., Agência Propagação, RPJr. e na página do evento.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Primeiro de abril! - As mentiras que as empresas (e os funcionários) contam

Por Maíra Masiero

No último dia 1º de abril, foi celebrado o "dia da mentira", em que muitas pessoas acabam enganando seus parentes e amigos com afirmações falsas ou colocando-os em situações constrangedoras. Mas como surgiu essa data e por que, justamente, marcar esse início de abril com a "celebração da mentira"? Segundo artigo publicado no site Brasil Escola, a razão para o surgimento da data está em outro início, o do ano civil.

"Tudo começou quando o rei da França, Carlos IX, após a implantação do calendário gregoriano, instituiu o dia primeiro de janeiro para ser o início do ano. Naquela época, as notícias demoravam muito para chegar às pessoas, fato que atrapalhou a adoção da mudança da data por todos.
Antes dessa mudança, a festa de ano novo era comemorada no dia 25 de março e terminava após uma semana de duração, ou seja, no dia primeiro de abril. Algumas pessoas, as mais tradicionais e menos flexíveis, não gostaram da mudança no calendário e continuaram fazer tal comemoração na data antiga. Isso virou motivo de chacota e gozação, por parte das pessoas que concordaram com a adoção da nova data, e passaram a fazer brincadeiras com os radicais, enviando-lhes presentes estranhos ou convites de festas que não existiam.Tais brincadeiras causaram dúvidas sobre a veracidade da data, confundindo as pessoas, daí o surgimento do dia 1º de abril como dia da mentira."


E no campo empresarial, é lícito (ou moral) utilizar-se de mentiras para atrair consumidores? É claro que, num dia específico como o 1º de abril, é compreensível a invenção de histórias mirabolantes, como o pagamento de 5 dólares mensais que devia ser feito para quem utilizasse vogais no Twitter, o lançamento de um enxaguante bucal sabor bacon pela P&G, dentre outras brincadeiras.

Como exemplo de uma peça pregada para o Dia da Mentira de 2013, o vídeo a seguir junta funcionários e celebridades para mostrar a "revelação" de que o Youtube é, na realidade, a plataforma de um grande concurso para escolher o melhor vídeo do mundo e deletar todos os outros, e só voltaria a funcionar daqui a dez anos.



Mas, tirando essa data em específico, não é nada aceitável uma empresa (ou pessoa pública) mentir sobre fatos (geralmente negativos) que acontecem em seus bastidores e que podem interferir na sua imagem perante o público externo. É necessário ter transparência e, na medida do possível, sinceridade no nomento em que as notícias aparecerem.

Isso também é válido para os profissionais de qualquer área, principalmente no momento em que se é montado o currículo a ser apresentado na empresa. Alegar informações falsas é uma justificativa muito coerente para a demissão de um colaborador (ou mesmo a sua não-contratação). Portanto, que o Primeiro de Abril não seja inspirador (do modo negativo) para os profissionais, e que as possíveis peças e brincadeiras não afetem os componentes vitais da empresa.